segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Da Tradição Espiritual de Portugal


Da Tradição Espiritual de Portugal



de Pedro Teixeira da Mota



em 03 Dez 2012

 

Cada pessoa representa ou culmina uma série infinita de seres, experiências e informações, em muitos casos comuns a muitos outros mas sempre numa singularidade e axialidade (eixo ou ligação entre o céu e a terra que cada um faz) única... A impressão digital assinala no dedo esse ser próprio único... A comunicação digital e internética é a explosão total dessa infinidade de unidades multiplicando-se, interligando-se e gerando novos seres ou novos fluxos de informação e energia...
Fazer convergir várias pessoas ou unidades em afinidades e intencionalidade não é tão difícil, mas sim fazer surgir delas as singularidades ou os contributos que um determinado meio ou época precisa, permite ou exige como resposta ou mesmo culminância...
E este é o grande apelo, constante nas noites mais longas e subtis da demanda ardente...
Estamos numa época de marés cheias e de marés vivas e cavalgar ou surfar na crista das ondas é provavelmente melhor alternativa de que as termos a rebentarem em cima de nós. E para isto mil olhos, mil braços, mostram-nos as deidades orientais, aludindo a um corpo spiritual mais consciencilizado, harmonizado e desenvolvido...
Que rajadas de vento nos impelem mais, em que direcções devemos singrar, que contenções ou expansões devemos iniciar, com quem devemos dialogar e estabelecer os planos das caminhadas?
Em Portugal há um ser que nos une: o Ser espiritual ou Arcanjo de Portugal, a face séria, amorosa e grave do nosso país. Tentemos sintonizar mais com ele...

Depois, há a comunidade dos que aqui aportaram por nascimento ou por segundo nacimento e que nos rodeiam vivos ou mortos, ainda activos ou apenas nos testamentos anímicos, mestres ou mestras alguns até...
Saber cultivar este fogo do lar ascendente e comungativo é fundamental...
E um dos aspectos primaciais e mais acessíveis é o tesouro dos valores, das ideias e ideais que nos ficaram em livros ou discípulos e que ainda conseguem estimular, juntar, unir e impulsionar as pessoas...
Assim, sair da ignorância e do sofrimento, do egoísmo e da miséria, da violência e da superficialidade são fundamentais e urgentes, e apelam ao melhor de nós...
Assim meditemos uns minutos sobre estas duas questões candentes:
- O que é mais urgente e importante que eu desenvolva para o bem de mim próprio, e para o bem de Portugal?
Se uma das respostas é sermos cada vez mais a nossa singularidade e ser própria, a Seidade, sem dúvida a formação de grupos mais fortes na compreensão e na acção verdadeira também é bem importante...
Desenvolver a compreensão de quem somos e do que viemos fazer à terra, quais as prioridades e opções, é fundamental ser meditado e trabalhdo com regularidade...
E ao nascermos em Portugal, apercebemo-nos melhor da riqueza cultural que nos envolve, ou seja, de que há uma tradição cultural e espiritual portuguesa, que nos forma ou deforma...
Saber escolher bem os veios que vamos trabalhar, os arroios que vamos utilizar e os mestres que nos irão inspirar, é então fundamental...
Se admitirmos, o que não é assim tão certo e evidente, diga-se já..., que todo o criador ou escritor adquire no além um papel de guia para as gerações vindouras que o lerão ou reflectirão, perguntaria:
Que escritores, pensadores, artistas, trabalhadores, heróis, santos, mestres mais gostas e com quem sentes mais afinidades?
Escolhe então alguma das linhas ou imagens de desenvolvimento deles, ou algumas frases que te dizem mais e trabalha-as, medita-as, reescreve-as, aprofunda-as... e assim estarás a inserir-te na Tradição espiritual portuguesa e a continuá-la...
Estarás a reactivar a ligação psiquica ou espiritual com esses seres que já da lei da espada da morte terrena se libertaram e que te podem passar a inspirar-te...
Discerne no património da riqueza natural e cultural do país o que te diz mais, o que gostas mais, e tenta trabalhar, cultivar, trazer alguma pedra ou fruto vivo para a construção incessante e permanente da comunhão no Templo da Verdade ou do Divino em Portugal...
Tantos campos da criatividade humana já trabalhados entre nós, aonde podes tu cooperar, contribuir?
Tenta assim diaria ou gradualmente aprofundar ou enriquecer alguma faceta do multifacetado cristal do trabalho, da sabedoria ou da arte, no fundo, da Tradição de Portugal...
Façamos reverdecer a árvore quase seca, neste tempo em que somos governados (ou desgovernados) por sucessivas gerações de políticos tecnocratas, "partidaríticos" e quase desalmados, e intensifiquemos a acção e a comunhão ardente e clareadora para o Bem colectivo nacional e mundial...
Aprofundemos e actualizemos a tradição espiritual Portuguesa que vem das cantigas de amigo e dos pinhais de D. Diniz e que passa pelo Infante D. Henrique, Damião de Góis, Camões, Faria e Sousa, Frei Isidoro Barreira, Fernando Pessoa, Leonardo Coimbra, Jaime Magalhães de Lima, Agostinho da Silva ou Dalila Pereira da Costa...

 

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