terça-feira, 4 de setembro de 2012

Deusas, acordem....


Deusas, acordem....

 

O equilíbrio do conceito “respeito” é delicado. As diferenças entre ajuda e intromissão são por vezes muito ténues. A barreira entre tolerância e julgamento, é, na maior parte dos casos, formada apenas pelo nosso ego, conspurcado pela informação exterior e manipulativa.

O nosso mundo “civilizado”, critica asperamente os costumes de outros povos, ao ponto de, colocarem entraves e proibições a certos usos e costumes; e dado o tema desta entrega, refiro-me em concreto às vestes das mulheres árabes, cujos hábitos vão ser proibidos em alguns países europeus.

Se alguém se sente desrespeitado por conviver com mulheres vestidas com “burka”, será que algum dia pensaram na indizível falta de respeito para com a mulher, exposta nua por todos os lados com fins comerciais?

Na Europa e noutros países chamados de primeiro mundo, onde se usa o corpo da mulher como produto vendável, como chamariz, aonde está o respeito?

Quantos modelos de “burkas” existem?

Cremos estar na hora de cada povo, reparar e transformar as suas próprias  “burkas” entre outras:

 

- A violência doméstica, onde a ignorância, o baixo nível educacional, o álcool, a tradição machista, provocam ainda milhares de vítimas.

- O preconceito profissional, onde o facto de ser mulher, a faz ter condições de trabalho e salariais inferiores às dos homens.

- A injustiça social, onde a mulher e a criança são as mais prejudicadas, pelo simples facto de a mulher continuar a ser “o três em um” ,  companheira - profissional – mãe, desdobrando-se em horas de trabalho e responsabilidade.

- A derrocada do sistema educacional, a única base sustentadora de toda civilização evoluída. Filosofia e saberes ancestrais, princípios familiares e sociais, são agora substituídos pelas normas das leis de mercado e concorrenciais.

- A horrenda hipocrisia social, que cria dispositivos para o aborto, e, paralelamente cria, ainda mais, dispositivos que estimulam a uma sexualidade desregrada, onde impera a ignorância sobre este tema sagrado e fundamental, para a qualidade de vida das pessoas.

- A prestação da Religião Católica (maioritária em muitos países) que em pleno século XXI, mantêm ainda nos seus cânones, a descriminação, a segregação, o desrespeito pela Mulher. Nos três primeiros séculos da nossa era, o Cristianismo original, do qual a Igreja Católica se apossou e adulterou, regia-se pelo respeito e igualdade para com todos os Seres, fossem homens ou mulheres.

Tanto mais haveria a dizer, mas mais importante que o debruçar sobre o imperfeito, é ganharmos consciência que somos nós, todas, e cada uma, que podemos criar a perfeição.

Na tomada de decisão individual, na rejeição da manipulação de que somos alvo constante pelos meios informativos, no reavivar o Sagrado Feminino, podemos, e vamos criar, o mundo que desejamos para aqueles que virão.

Que o nosso exemplo, e por ressonância, chegue a todos os cantos do mundo, que possa derrubar barreiras de tradicionalismos arcaicos e cruéis, mas principalmente que promova o respeito pela postura e vontade individual de cada Ser.

 

Deusas, acordem....

 

A.

 

 

 

 

Sem comentários: