Deusas, acordem....
O equilíbrio do conceito “respeito” é delicado. As diferenças
entre ajuda e intromissão são por vezes muito ténues. A barreira entre
tolerância e julgamento, é, na maior parte dos casos, formada apenas pelo nosso
ego, conspurcado pela informação exterior e manipulativa.
O nosso mundo “civilizado”, critica asperamente os costumes de
outros povos, ao ponto de, colocarem entraves e proibições a certos usos e
costumes; e dado o tema desta entrega, refiro-me em concreto às vestes das mulheres
árabes, cujos hábitos vão ser proibidos em alguns países europeus.
Se alguém se sente desrespeitado por conviver com mulheres
vestidas com “burka”, será que algum dia pensaram na indizível falta de
respeito para com a mulher, exposta nua por todos os lados com fins comerciais?
Na Europa e noutros países chamados de primeiro mundo, onde se
usa o corpo da mulher como produto vendável, como chamariz, aonde está o
respeito?
Quantos modelos de “burkas” existem?
Cremos estar na hora de cada povo, reparar e transformar as suas
próprias “burkas” entre outras:
- A violência doméstica, onde a ignorância, o baixo nível
educacional, o álcool, a tradição machista, provocam ainda milhares de vítimas.
- O preconceito profissional, onde o facto de ser mulher, a faz
ter condições de trabalho e salariais inferiores às dos homens.
- A injustiça social, onde a mulher e a criança são as mais
prejudicadas, pelo simples facto de a mulher continuar a ser “o três em um”
, companheira - profissional – mãe, desdobrando-se em horas de trabalho e
responsabilidade.
- A derrocada do sistema educacional, a única base sustentadora
de toda civilização evoluída. Filosofia e saberes ancestrais, princípios
familiares e sociais, são agora substituídos pelas normas das leis de mercado e
concorrenciais.
- A horrenda hipocrisia social, que cria dispositivos para o
aborto, e, paralelamente cria, ainda mais, dispositivos que estimulam a uma
sexualidade desregrada, onde impera a ignorância sobre este tema sagrado e
fundamental, para a qualidade de vida das pessoas.
- A prestação da Religião Católica (maioritária em muitos países)
que em pleno século XXI, mantêm ainda nos seus cânones, a descriminação, a
segregação, o desrespeito pela Mulher. Nos três primeiros séculos da nossa era,
o Cristianismo original, do qual a Igreja Católica se apossou e adulterou,
regia-se pelo respeito e igualdade para com todos os Seres, fossem homens ou
mulheres.
Tanto mais haveria a dizer, mas mais importante que o debruçar
sobre o imperfeito, é ganharmos consciência que somos nós, todas, e cada uma,
que podemos criar a perfeição.
Na tomada de decisão individual, na rejeição da manipulação de
que somos alvo constante pelos meios informativos, no reavivar o Sagrado
Feminino, podemos, e vamos criar, o mundo que desejamos para aqueles que virão.
Que o nosso exemplo, e por ressonância, chegue a todos os cantos do mundo,
que possa derrubar barreiras de tradicionalismos arcaicos e cruéis, mas principalmente
que promova o respeito pela postura e vontade individual de cada Ser.
Deusas, acordem....
A.
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